É muita incúria neste país!!!
O mais triste de toda esta situação é não se ter aprendido nada com os exemplos do passado.
Desde 1967, em que houve as cheias em que morreram mais de 700 pessoas, pouca coisa mudou, … as sarjetas continuam por limpar, as estradas continuam a ser mal planeadas e a serem cortadas tardiamente (só depois de acontecer algum acidente), as ribeiras continuam sujas, os guarda rios desapareceram em prol duns fiscais que ao que parece fiscalizam pouco, continua-se a construir indiscriminadamente – sobre rios subterrâneos, em leitos de cheias, em vales, etc… - a protecção civil continua a ser muito precária nos seus recursos e a não saber comunicar/trabalhar em conjunto com as autarquias, e estas, por último, continuam a trabalhar mal e a serem o único bode expiatório dum país que tem pouco apreço pelo ordenamento do seu território e pelo planeamento urbanístico (este último, quase inexistente).
Infelizmente, ainda se constrói muita coisa legal, grandes projectos de arquitectos com nome e renome e que não passam de enormes atentados ao ambiente e aos quais todos vejam os olhos.
Ou ainda empresas tais como a EDP ou a TVCABO, por exemplo, que quando algo acontece do género ou mesmo em situações menos graves, deixam povoações inteiras sem serviço durante dias. Porque não contratam técnicos que os ajudem a prevenir em vez de remediar?!
É o estado das coisas!!!
“O Prenúncio das Águas” (1999) – Prémio Máxima de Literatura em 2000
Foi com renovado prazer e entusiasmo que li mais um dos inúmeros romances de uma das escritoras Portuguesas de minha eleição.
Os elementos característicos da natureza humana estão, novamente, todos lá, desde o Ciúme à Inveja, a força dos laços familiares e o seu permanente desgaste, do Amor à Loucura.
Romances imbuídos de personagens genuínas que são peças do típico e castiço Portugal Português, chegando mesmo a conseguir que o leitor, para além de visualizar, ouça os sotaques das mesmas.
Um mundo visto através dos olhos de …Mãe, Filha, Avó, Tia…
Esse lado feminino, intimista, sempre presente na sua escrita, que nos faz mergulhar de espírito e alma nos confins da Nação e da Terra, enredando-nos, durante o processo, nas nossas raízes até ao tutano, é fascinante nos romances de Rosa Lobato de Faria.
"O Prenúncio das Águas”
“Tendo como pano de fundo uma aldeia condenada a ficar submersa pelas águas de uma barragem, cinco narradores falam de si, completando, à medida que o fazem, uma história a que só o leitor terá direito...”
«Apaixonei-me por esta aldeia da mesma forma que amei as minhas mulheres: por todas as razões e por nenhuma.»(pág.48)
A sua descrição faz-nos transportar para a aldeia da Luz, que ficou submersa pela barragem do Alqueva.
Filomena, uma fotógrafa, 2ª geração de emigrantes em França, soube que a aldeia natal dos Pais ia ser submersa palas águas de uma barragem. Convence os chefes da revista onde trabalha a vir a Portugal fazer uma reportagem sobre o acontecimento.
Chega a Rio do Anjo e ocupa a casa que pertenceu aos Avós e começa a dar aulas de Francês a Pedro, um menino de oito anos, inteligente, puro o bastante para ser o único a contactar com o anjo da aldeia, João, o qual ele pensa tratar-se de um extraterrestre.
Pedro é filho de uma das três irmãs, Ausenda, Beatriz e Clara, criaturas frustradas, ressabiadas e detentoras de vários “esqueletos no armário”, (um dos quais é um segredo de família que acabará por adensar o enredo, a trama da história), e de, Zé Nunes, o macho latino, crente que tem uma elevada posição perante as fêmeas submissas.
No café do Tio Adão, Adanito para os mais velhos, Filomena é apresentada ao Doutor Ivo Durães, “glória” da terra, «…professor, menina Filomena, professor de Universidade, veja bem», que retornou à aldeia pelas mesmas razões de Filomena, a qual se torna numa espécie de sua secretária, a organizar a biblioteca do doutor Ivo, e, por quem ele se apaixona.
A Tia Sebastiana, conta com noventa primaveras, é a sibila da terra e é quem profere os prenúncios, a quem há muitos anos atrás, à saída da escola, os miúdos atiravam pedras e chamavam de bruxa.
Lendas, crenças e mitos…
O Fantástico e o Real se entrelaçam com a crença da Mulher “metade cobre, metade gente”!
Aproxima-se o momento da mudança para a aldeia nova, a “aldeia do luto”, e as personagens da história têm de tomar decisões, nomeadamente, o que levam consigo e o que vai ter de ficar…
A 2ª edição em português do livro de ensaios o estado do Mundo, pela Tinta da China, já se encontra à venda. Para esta obra contribuíram, com textos originais, dez ensaístas, um poeta e, com um portfolio, a artista Rosângela Rennó.
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