Lagoa de Óbidos desassoreada dentro dos próximos três anos Jacinta Romão Rui Coutinho (imagem) |
A obra de fundo destinada a manter a comunicação da lagoa de Óbidos com o mar vai arrancar durante o ano de 2008 e será integrada nos financiamentos do próximo Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN). O ministro do Ambiente, Nunes Correia, deu garantias nesse sentido, ontem em Leiria, à margem da reunião, no Governo Civil, onde homologou o projecto de recuperação ambiental das margens, para entrar em execução imediata. A obra terá um custo que ultrapassa os 2,5 milhões de euros e um prazo de 11 meses para conclusão. Só para fiscalização serão pagos 142,20 euros à empresa Prospectiva - Projectos, Serviços Estudos, Lda. Os trabalhos a realizar são de teor semelhante aos da Concha de S. Martinho do Porto (estes, num valor próximo dos dois milhões de euros), que Nunes Correia visitou ontem, antes de autorizar o novo projecto para aquela zona do Oeste. De manhã, o ministro passou ainda pela obra de consolidação da arriba da praia do Algodio, na Ericeira, um contrato de 668 mil euros, assinado com a mesma empresa a que foi entregue a execução do projecto homologado ontem, sendo ambos da responsabilidade do Instituto da Água, tal como o de S. Martinho. Com o tratamento das margens da lagoa não se pretende "impedir o acesso das populações", disse o ministro. Visa sobretudo uma "intervenção que é urgente", afirmou, esclarecendo que " não queremos preservar a natureza contra a fruição das pessoas que a queiram visitar". A área de intervenção é de 285 hectares, onde vai ser realizado um conjunto de iniciativas, de modo a estabelecer a ligação entre o Bom Sucesso e a Foz do Arelho, através de passadiços que permitem a criação de percursos associados ao lazer, à educação ambiental e às actividades tradicionais. De maior fôlego será o projecto de dragagens para manter a aberta da lagoa em comunicação com o mar. A solução é do Laboratório de Engenharia Civil (LNEC), após várias "intervenções contraditórias" para solucionar um problema que se coloca desde 1994. E começa agora a fase do estudo de impacte ambiental. O ministro considera a intervenção "ao arrepio da natureza", porque se esta seguisse o seu curso, a lagoa deixaria de existir. Justifica-a com a importância económica que a lagoa adquiriu e os ecossistemas que abriga. |
Ingredientes
Escalde as amêndoas, pele-as e pique-as até fazer uma espécie de farinha grossa.
Deite o açúcar num tachinho, misture-lhe a água e leve ao lume a ferver brandamente 3 minutos exactos.
Retire depois do lume, adicione a amêndoa picada, e deixe arrefecer.
Junte as gemas e as claras, previamente "mexidas" com um garfo e envolva tudo até todos os ingredientes estarem bem ligados.
Unte as formas com margarina e encha-as com o preparado anterior mas não completamente até ao bordo da forma. Deixe sensivelmente 1cm entre o preparado e o bordo da forma para que quando se inicie a cozedura dos doces a massa do preparado não transborde fora das formas de alumínio.
Deite água quente num tabuleiro até à altura de quase 1 cm e coloque nele as formas (o que vai fazer com que o processo de cozedura seja o que se intitula de "cozer em banho Maria").
Leve a cozer em forno bastante quente até o preparado estar bem solidificado (+ ou - 20 a 25 minutos) o que se verifica fazendo pressão com os dedos.
Retire do forne, deixe arrefecer, descole dos lados e desenforme.
Coloque-os dentro de forminhas de papel frisado.
Nota: Estes docinhos ficam uma espécie de pudinzinhos, quase como que QUINDINS de côco, mas desta feita, pudinzinhos de amêndoa.
São DIVINAIS, verdadeiramente gulosos e ficam muito bem a decorar a sua mesa de doces do Natal ou Fim de Ano.
Curiosidades:
Tudo começou no Colonial
«O “Café Colonial" foi aberto por dois sócios provenientes do Ultramar, mas pouco tempo depois, um deles abandonou a sociedade, ficando o estabelecimento a pertencer ao outro, José Lopes. Estava instalado no Largo 5 de Outubro, num bloco que já não existe, onde foi construído o edifício da Caixa Geral de Depósitos. No local, antes, tinha estado o “Café-Restaurante Comercial". Era uma sala muito concorrida que tinha uma porta giratória e um “groom", um miúdo de cor, uniformizado. A esposa do proprietário fabricava um bolo, uma especialidade de ovos e açúcar, cuja receita não saiu da família. Chamava-
-se inicialmente “saudades de amor", mas, ou porque o nome era demasiado longo e complicado, ou por outra razão qualquer, passou a chamar-se, nos meados dos anos Trinta, “beijinhos". As cenas mais ou menos hilariantes que se passavam, quando um ou outro bem humorado pedia “beijinhos" ao dono do café, fizeram com que, pela terceira vez, voltassem a ser baptizados, agora como “Brisas do Lis", nome pelo qual ainda hoje é conhecido.»
José Dias Coelho,
"Leiria entre 1920 e 1940"
“Brisas" de Leiria nunca houve como as do Colonial. Nem só os bilhares e o mau humor do Sr. Lopes eram o atractivo daquela sala fantástica dos fundos onde, entre duas tacadas, se bebia uma bica e um daqueles notáveis bolinhos amarelados pela gema dos ovos caseiros. Eram tempos de rodopio em volta do balcão com as pessoas a comprarem o precioso manjar, embalado em caixas de dúzia ou, conforme o caso, de meia dúzia.
Numa terra onde as especialidades doceiras nunca foram muito abundantes e variadas, as “Brisas" tornaram-se um caso notável ao longo das últimas décadas. Tornaram-se a prenda possível e sempre agradável quando faltavam a habilidade, o gosto e o tempo. As “Brisas" eram sempre a prenda certa em qualquer momento.
Não é doce antigo nem tem atrás de si uma tradição conventual. Como escreveu o historiador José Dias Coelho, a sua história remonta à década de trinta do século passado. Contudo, essa falta de pergaminhos em nada lhe retira a bondade, a suavidade do sabor, o suave odor, a carícia suavizada na boca, preparando-a para o licor adequado, ou para o cálice de Porto que, generosamente, adora aquela cama.
Orlando Cardoso
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