![]() A peça tem 2500 anos e é ainda, de acordo com o texto de apresentação da Barraca, "uma lição sobre os extremismos dos nossos dias". Antígona (Rita Lello) confronta-se com o poder autoritário. Uma oposição que acaba por ser o elogio do equilíbrio e do diálogo para salvar as democracias. Antígona é uma figura da mitologia grega, filha de Édipo e Jocasta. O seu destino é marcado por diversas infelicidades, a primeira das quais é o facto de ser fruto do incesto dos pais (Édipo é filho de Jocasta). Numa fase posterior, Antígona tem a missão de guiar o pai, cego e banido de Tebas, por toda a vida. Por fim, envolve-se na luta dos seus irmãos pelo poder de Tebas. Etéocles e Polinices vão combater e morrer.A encenação de Maria do Céu Guerra foi adaptada à actualidade numa perspectiva universalista. PUBLICO.PT
Horários: Domingo às 16h00 Quinta a Sábado às 21h30 Local: Lisboa, A Barraca - Teatro Cinearte - Lg Santos, 2 Telefone: 213965360 Preço: 12,5€ (sujeitos a descontos). 5€ (quinta-feira). |
Título: "A Alma Trocada"
Autor: Rosa de Lobato Faria
Editora: Edições ASA
1ª Edição Setembro de 2007
É um lugar comum dizer-se que determinada orientação sexual não é uma escolha, porque, se fosse, ninguém escolheria o caminho mais difícil. Foi esse caminho mais difícil que Teófilo teve de percorrer, desde a incompatibilidade com os pais, aos desencontros dentro de si próprio, chegando mesmo a acreditar que alguém lhe tinha trocado a alma...
Rosa Lobato de Faria aborda, desta vez, um tema diferente – o tema da homossexualidade masculina –, num romance que, mantendo embora o tom poético que sempre tem caracterizado as criações da autora, se arrisca por caminhos até aqui pouco explorados na ficção portuguesa.
Ouvida por Isabel Coutinho para o dossiê sobre ficção gay portuguesa que o Ípsilon publicou a 24 de Agosto, Rosa Lobato de Faria afirmou que "Nunca me passaria pela cabeça escrever um livro para o inserir num género (...) Não há diferença entre este e os outros romances. Gostei daquele homem cheio de fragilidades porque não o deixaram crescer como ele devia ter crescido. É um homem que me é simpático".
Breve resumo:
Aos 26 anos decide sair do armário, perante a aparente indiferença da “noiva”, a cumplicidade da avó Jacinta (uma matriarca alentejana), o desespero da mãe e o ódio do pai.
Anos a fio a suportar o peso das normas, a pressão social, os equívocos da “normalidade”, em terreno sempre escorregadio, desde o dia longínquo em que descobriu o «rasgão no peito». Descoberta abrupta, à beira dos 13 anos, quando surpreende o Tinito, cinco anos mais velho, a masturbar-se: «foi quando vi o Tinito, todo nu, entretido com o seu próprio membro [...] a deliciar-se com o seu rapidíssimo jogo de mão.» Segue-se a iniciação às mãos do referido Tinito, cigano bem-parecido criado em casa da avó Jacinta. Nesse dia percebeu.
Mas quem o faz enfrentar a família e a sociedade é outro homem, Hugo, um advogado jovem sem problemas identitários. A acção do romance divide-se entre Lisboa, o Estoril (onde Teófilo e Hugo arranjam casa) e o monte alentejano da avó Jacinta, com rápida digressão parisiense, em ambiente burguês, com apontamentos certeiros sobre tiques, hábitos e costumes das classes médias urbanas. A fluência narrativa não tropeça no sexo: «Cala-te, patrão. Não digas nada se não queres ser violado à bruta. [...] Só sei que lhe gritei uma vez e outra e outra vez, amo-te estúpido, amo-te animal, amo-te cabrão, filho da puta, cigano de merda, meu amor.» Passa-se isto quando, já casado e pai de filhos, Tinito leva Teófilo a trair Hugo, seu companheiro.
Raquel, a “noiva” rejeitada, está na origem de uma sucessão de crimes: rouba os manuscritos de Teófilo, fazendo-os publicar com outro nome; encomenda o seu atropelamento; e depois o sequestro de uma criança. Acaba presa. Estas e outras peripécias dão colorido à acção.
Para mim, Rosa Lobato de Faria continua, e bem, com a sua escrita de “sentidos”, sendo o leitor permanentemente tentado e invadido pelos aromas, sons… «A casa cheirava a carqueja a arder na lareira e o frio seco, cá fora, pedia luvas e carapuços. Os cães vieram saudar-nos…». E fazendo-nos viajar no tempo e espaço até à nossa infância com a descrição do Natal, do arroz doce quente e do leite-creme queimadinho, tão característicos das Avós, entre palavras, lugares, fazeres e dizeres tão portugueses. «Lá dentro havia um conforto especial, um toque de ancestralidade rústica, um calor abençoado, um cheiro a canela.», «E a Maria a pôr a mesa da copa com as torradas de pão de centeio, o café com leite, a compota de abóbora, os biscoitinhos de erva-doce, para a minha fome de lobo, para a minha alegria de homem saciado e a saciar…».
Uma escrita que se lê de um só fôlego.
«Tanto amor desperdiçado», uma das menos conhecidas peças de William Shakespeare, sobe à cena no Teatro Nacional Dona Maria II no dia 20 de Setembro, mantendo-se em cartaz até 28 de Outubro.
Encenação: Emmanuel Demarcy-Mota
Tradução para Português: Nuno Júdice
Tradução para Francês: François Regnault
Cenografia/desenho de luz: Yves Collet
Música original: Jefferson Lembeye
Figurinos: Corinne Baudelot
Com: Ana das Chagas, Aurélio Meriel, Claúdio da Silva, Dalila Carmo, Elmano Sancho, Gustavo Vargas, Heitor Lourenço, Horácio Manuel, Marco Paiva, Maria João Pinto, Miguel Moreira, Muriel Ines Amat, Nelson Monforte, Nuno Gil, Sarah Karbasnikokk, Vítor D’Andrade
Nesta comédia, onde se encontram os mais belos pensamentos sobre a ciência do amor e onde Shakespeare desenvolve com prazer e extremo virtuosismo jogos de linguagem, sucedem-se encontros entre jovens de países diferentes. Pareceu, portanto, muito pertinente aprofundar esse aspecto, já presente na peça e sem mudar nada o texto, propondo um espectáculo bilingue. Um trabalho sobre as relações e as línguas, em suma, um espectáculo europeu.
O Rei de Navarra acompanhado por três Príncipes faz o juramento de se dedicar exclusivamente ao estudo durante três anos: pouco sono, pouca comida e nenhum contacto com o sexo feminino é o contracto que os une. A Princesa de França, acompanhada por jovens damas da sua Corte, vem negociar em nome de seu Pai, o domínio de Aquitânia, perturbando para sempre este cenário. Os quatro homens apaixonam-se secretamente pelas quatro mulheres mas são obrigados a esconder os seus sentimentos uns aos outros – para não falhar ao juramento combinado.
Depois de um encontro onde homens e mulheres se disfarçam, desenham-se os vários pares amorosos mas, no meio da festa, anuncia a morte do Rei de França. A Princesa terá de regressar ao seu País e as damas impõem aos seus apaixonados um ano de afastamento, como nova prova de amor.
Terá sido desperdiçado todo aquele amor?
Em cartaz: De 20-09-2007 a 28-10-2007
Horários: Terça a Sábado às 21h30
Domingo às 16h00
Local: Lisboa, Teatro Nacional D. Maria II - Pç. D. Pedro IV – Sala Garrett
Reservas: reservas@teatro-dmaria.pt
21 325 0835
Preço: 16€
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