Locutora, actriz, guionista, poetisa, escritora: as mil faces de uma mulher livre
Podemos começar pelos números. Rosa Lobato de Faria morreu a 2 de Fevereiro de 2010 (ontem), quase 78 anos depois de ter nascido (Abril de 1932, Lisboa). Deixou quatro filhos e 12 netos ("como podia adivinhar que nove seriam mulheres?", contou numa autobiografia no Jornal de Letras - JL), mais de 1500 cantigas, guiões televisivos, papéis na TV e cinema, poemas que fez desde os seis anos e só mostrou a faceta de escritora após os 63 - 12 romances em quase 15 anos. À criadora transversal, cujo corpo estará hoje na Igreja de Santa Isabel (com missa às 15.00 - será cremada em privado, depois), só lhe escapou o teatro.
E agora, depois dos números, as paixões. "Não há nada mais bonito do que ver as nossas palavras ganharem vida, e sangue, e alma, pela voz e pelo corpo e pela inteligência dos actores. Adoro actores. Mas não me atrevo a fazer teatro porque não aprendi." A própria a definir-se, ainda na autobiografia do JL, na qual contava que só se libertou de preconceitos depois dos 30. "Era uma mulher muito avançada para o seu tempo, liberal e com uma alegria imensa de viver", retoca Manuel Alberto Valente, o editor de sempre da cara literária da multifacetada criadora. "Sim, concordo que foi uma criadora transversal", diz o homem que a lançou em 1996 na ASA e a levou depois para a Porto Editora.
Uma transversalidade que chocou. "Havia uma estigmatização quando começou a escrever. Diziam: 'Mais uma da televisão a escrever'. Depois, mudou a imagem, quando gente de peso, como o Eugénio Lisboa, elogiou a escrita de-la. E convém lembrar que quando ganhou o Prémio Máxima de literatura no júri havia nomes como Pedro Tamen e Francisco José Viegas", pontua. O último romance de uma escritora "de uma obra importante para a literatura", diz Valente, que tinha indicações da escritora de estar outro na forja. "Ela disse-me que mo deveria entregar na Primavera para publicar no Outono", revela.
Ontem, após uma semana internada (anemia), morreu o corpo desta Rosa Lobato de Faria toda.
DNARTES
A FÉ ou a FORÇA DE VONTADE, como lhe quiserem chamar, faz o Homem erguer montanhas!
«Tive grandes ambições e sonhos dilatados - mas esses também os teve o moço de fretes ou a costureira, porque sonhos tem toda a gente! O que nos diferencia é a força de conseguir ou o destino de se conseguir connosco.»
«Saber que será má a obra que se não fará nunca.
Pior, porém, será a que nunca se fizer.
Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe (...)»
Fernando Pessoa
Conversas na Aldeia Global
Auditório da Biblioteca Municipal de Oeiras
De 13 de Outubro a 15 de Dezembro, Sábados 16H00
As conversas na “Aldeia Global” integram o Programa Copérnico – Programa de Promoção da Literacia de Informação, e consistem num projecto de continuidade das Bibliotecas Municipais de Oeiras com a finalidade principal de desenvolver um conjunto de conversas dedicadas a temáticas culturais e de investigação e inovação, com destaque para as tecnologias de comunicação e informação numa vertente sociológica, especialmente a Internet.
A acompanhar a componente de debate contamos com a colaboração do jornalista da RTP Vasco Trigo (coordenador do magazine de ciência e tecnologia 2010, na RTP2) no papel de moderador e dinamizador de cada uma das sessões.
O 1º Ciclo de Conversas é dedicado à Web enquanto espaço de sociabilização e recurso de informação e conhecimento, segundo uma dupla vertente: aplicação tecnológica e o enfoque humano (Web social), com abordagem sobre a segurança na Internet e a divulgação de projectos, plataformas e ferramentas tecnológicas em ambiente de aprendizagem colaborativa.
O início das Conversas na Aldeia Global teve lugar no sábado 13 de Outubro e contou com a participação de Carlos Zorrinho, actual Coordenador Nacional da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico.
Como a actividade humana está baseada na comunicação e a Internet veio transformar o modo como comunicamos, as nossas vidas vêm-se profundamente afectadas por esta tecnologia. Por outro lado, ao utilizarmos a Internet para múltiplas tarefas vamos transformando-a. Desta interacção tende a surgir um novo modelo sócio-técnico que, naturalmente, sairia comprometido face à questão E se a Internet acabasse…?
…Aguardamos por si, sábado à tarde, nas conversas na Aldeia Global!
Programa
13 OUT (Sáb.) E se a Internet acabasse… ?, com Carlos Zorrinho (Coordenador Nacional da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico)
27 OUT (Sáb.) Top Mais das Tecnologias, com Carlos Correia (Universidade Nova de Lisboa – CITI)
10 NOV (Sáb.) Web Social, com António Firmino da Costa (ISCTE)
17 NOV (Sáb.) Aprender com.net, com Fernando Albuquerque Costa (FPCE – Univ. Lisboa)
24 NOV (Sáb.) Second Life: Universidade de Aveiro no mundo virtual, com Samuel Almeida e Simão Oliveira (Univ. Aveiro)
15 DEZ (Sáb.) Internet Segura, com Luis de Magalhães (Agência para a Sociedade do Conhecimento - UMIC)
Informações:
Biblioteca Municipal de Oeiras
Av. Francisco Sá Carneiro, nº 17
Urb. Moinho das Antas
2780-241 OEIRAS
Telf. 21.440.63.37, 21.440.63.40
E-mail: maria.amandio@cm-oeiras.pt
Arriba de um dos lados da Praia da Arrifana - ALJEZUR
Aposto que também esta imagem vai tornar mais vividas certas recordações!!!
“O Prenúncio das Águas” (1999) – Prémio Máxima de Literatura em 2000
Foi com renovado prazer e entusiasmo que li mais um dos inúmeros romances de uma das escritoras Portuguesas de minha eleição.
Os elementos característicos da natureza humana estão, novamente, todos lá, desde o Ciúme à Inveja, a força dos laços familiares e o seu permanente desgaste, do Amor à Loucura.
Romances imbuídos de personagens genuínas que são peças do típico e castiço Portugal Português, chegando mesmo a conseguir que o leitor, para além de visualizar, ouça os sotaques das mesmas.
Um mundo visto através dos olhos de …Mãe, Filha, Avó, Tia…
Esse lado feminino, intimista, sempre presente na sua escrita, que nos faz mergulhar de espírito e alma nos confins da Nação e da Terra, enredando-nos, durante o processo, nas nossas raízes até ao tutano, é fascinante nos romances de Rosa Lobato de Faria.
"O Prenúncio das Águas”
“Tendo como pano de fundo uma aldeia condenada a ficar submersa pelas águas de uma barragem, cinco narradores falam de si, completando, à medida que o fazem, uma história a que só o leitor terá direito...”
«Apaixonei-me por esta aldeia da mesma forma que amei as minhas mulheres: por todas as razões e por nenhuma.»(pág.48)
A sua descrição faz-nos transportar para a aldeia da Luz, que ficou submersa pela barragem do Alqueva.
Filomena, uma fotógrafa, 2ª geração de emigrantes em França, soube que a aldeia natal dos Pais ia ser submersa palas águas de uma barragem. Convence os chefes da revista onde trabalha a vir a Portugal fazer uma reportagem sobre o acontecimento.
Chega a Rio do Anjo e ocupa a casa que pertenceu aos Avós e começa a dar aulas de Francês a Pedro, um menino de oito anos, inteligente, puro o bastante para ser o único a contactar com o anjo da aldeia, João, o qual ele pensa tratar-se de um extraterrestre.
Pedro é filho de uma das três irmãs, Ausenda, Beatriz e Clara, criaturas frustradas, ressabiadas e detentoras de vários “esqueletos no armário”, (um dos quais é um segredo de família que acabará por adensar o enredo, a trama da história), e de, Zé Nunes, o macho latino, crente que tem uma elevada posição perante as fêmeas submissas.
No café do Tio Adão, Adanito para os mais velhos, Filomena é apresentada ao Doutor Ivo Durães, “glória” da terra, «…professor, menina Filomena, professor de Universidade, veja bem», que retornou à aldeia pelas mesmas razões de Filomena, a qual se torna numa espécie de sua secretária, a organizar a biblioteca do doutor Ivo, e, por quem ele se apaixona.
A Tia Sebastiana, conta com noventa primaveras, é a sibila da terra e é quem profere os prenúncios, a quem há muitos anos atrás, à saída da escola, os miúdos atiravam pedras e chamavam de bruxa.
Lendas, crenças e mitos…
O Fantástico e o Real se entrelaçam com a crença da Mulher “metade cobre, metade gente”!
Aproxima-se o momento da mudança para a aldeia nova, a “aldeia do luto”, e as personagens da história têm de tomar decisões, nomeadamente, o que levam consigo e o que vai ter de ficar…
A 2ª edição em português do livro de ensaios o estado do Mundo, pela Tinta da China, já se encontra à venda. Para esta obra contribuíram, com textos originais, dez ensaístas, um poeta e, com um portfolio, a artista Rosângela Rennó.
Um Atlas de Acontecimentos
7 Outubro – 30 Dezembro 2007
Galeria de Exposições Temporárias da Sede da Fundação Calouste Gulbenkian
Terça a sexta: 10:00h-18:00h / Sábado: 10:00h-22:00h / Domingo: 10:00h-18:00h
A exposição Um Atlas de Acontecimentos encerra o programa internacional e multidisciplinar que foi o Fórum Cultural O Estado do Mundo, no âmbito das comemorações dos 50 anos da Fundação Calouste Gulbenkian. A exposição é constituída por obras, em muitos casos produzidas especificamente para esta mostra, de 28 artistas vindos de muitos países e diferentes regiões culturais.
Num contexto de incerteza intensa, sentido a nível individual, local, regional e internacional, propomos Um Atlas de Acontecimentos, uma exposição colectiva de artistas oriundos de diferentes partes do mundo, cujas abordagens pessoais e sociais às suas respectivas práticas artísticas sublinham dilemas, histórias, narrativas e perspectivas que poderiam, de outra forma, ser negligenciadas ou ignoradas. Esta exposição não tenciona ser, de modo algum, totalmente abrangente. Isso seria, claro, uma tarefa impossível. Em vez disso, trata-se de um esforço modesto e, esperamos, significativo para juntar visões do mundo muito diferentes, apresentadas por artistas que nos oferecem reflexões cuidadosamente observadas, que revelam a complexidade da forma como o «político» é sentido de um modo simples e quotidiano, pedindo a cada um de nós que repensemos as nossas suposições acerca das condições que estão para lá das nossas experiências.
Curadores: Debra Singer, Esra Sarigedik Öktem e António Pinto Ribeiro.
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