Quarta-feira, 3 de Fevereiro de 2010

ROSA LOBATO DE FARIA...actriz, poetisa, escritora, ...versátil e acima de tudo, UMA MULHER VERDADEIRAMENTE EXCEPCIONAL

 

 

 

Locutora, actriz, guionista, poetisa, escritora: as mil faces de uma mulher livre

Podemos começar pelos números. Rosa Lobato de Faria morreu a 2 de Fevereiro de 2010 (ontem), quase 78 anos depois de ter nascido (Abril de 1932, Lisboa). Deixou quatro filhos e 12 netos ("como podia adivinhar que nove seriam mulheres?", contou numa autobiografia no Jornal de Letras - JL), mais de 1500 cantigas, guiões televisivos, papéis na TV e cinema, poemas que fez desde os seis anos e só mostrou a faceta de escritora após os 63 - 12 romances em quase 15 anos. À criadora transversal, cujo corpo estará hoje na Igreja de Santa Isabel (com missa às 15.00 - será cremada em privado, depois), só lhe escapou o teatro.

E agora, depois dos números, as paixões. "Não há nada mais bonito do que ver as nossas palavras ganharem vida, e sangue, e alma, pela voz e pelo corpo e pela inteligência dos actores. Adoro actores. Mas não me atrevo a fazer teatro porque não aprendi." A própria a definir-se, ainda na autobiografia do JL, na qual contava que só se libertou de preconceitos depois dos 30. "Era uma mulher muito avançada para o seu tempo, liberal e com uma alegria imensa de viver", retoca Manuel Alberto Valente, o editor de sempre da cara literária da multifacetada criadora. "Sim, concordo que foi uma criadora transversal", diz o homem que a lançou em 1996 na ASA e a levou depois para a Porto Editora.

Uma transversalidade que chocou. "Havia uma estigmatização quando começou a escrever. Diziam: 'Mais uma da televisão a escrever'. Depois, mudou a imagem, quando gente de peso, como o Eugénio Lisboa, elogiou a escrita de-la. E convém lembrar que quando ganhou o Prémio Máxima de literatura no júri havia nomes como Pedro Tamen e Francisco José Viegas", pontua. O último romance de uma escritora "de uma obra importante para a literatura", diz Valente, que tinha indicações da escritora de estar outro na forja. "Ela disse-me que mo deveria entregar na Primavera para publicar no Outono", revela.

Ontem, após uma semana internada (anemia), morreu o corpo desta Rosa Lobato de Faria toda.

 

                                                                                                                                                         DNARTES

 

 "Com a polivalência de Rosa Lobato de Faria não conheço outra na cultura portuguesa", disse José Jorge Letria.

Integrou juntamente com Rosa Lobato Faria, Alice Vieira, Luísa Beltrão, José Fanha, Mário Zambujal e João Aguiar, o grupo de sete escritores responsáveis pela publicação "Os Novos Mistérios de Sintra", "Eça Agora" e "O Código d´Avintes", dados à estampa pela Oficina do Livro.

Desse projecto, recorda "a mulher muito profissional e muito respeitadora de prazos, muito criativa, com um apuradíssimo sentido de humor, de grande elegância, grande estilo pessoal e social e de grande cultura".

 

O realizador João Botelho recorda Rosa Lobato Faria, como uma "excelente actriz", mas também uma "grande contadora de histórias com quem dava gosto estar à conversa".

 

Mulher de letras versátil, que tanto escrevia romances como letras de canções, Rosa Lobato de Faria, morreu hoje, na sequência de uma anemia grave. A escritora sofria de complicações do aparelho digestivo e estava internada há uma semana numa unidade de saúde privada, em Lisboa.

Nascida a 20 de Abril de 1932, filha de um oficial da Marinha, era viúva do editor Joaquim Figueiredo Magalhães, fundador da Ulisseia, desaparecido em Novembro de 2008. Escritora tardia, estreou-se na década de 80 como poeta (a sua obra lírica está reunida no volume "Poemas Escolhidos e Dispersos", de 1997).

Em 1995, aos 63 anos, publicou o seu primeiro romance: "O Pranto de Lúcifer". Seguiram-se muitos outros, a um ritmo quase anual: "Os Pássaros de Seda" (1996), "Os Três Casamentos de Camilla S." (1997), "Romance de Cordélia" (1998), "O Prenúncio das Águas" (1999), "A Trança de Inês" (2001), "O Sétimo Véu" (2003), "Os Linhos da Avó" (2004), "A Flor do Sal" (2005) e "A Alma Trocada" (2007), todos com chancela das Edições ASA.

Em 2008, acompanhando o editor Manuel Alberto Valente, mudou-se para a Porto Editora, onde publicou o seu último romance: "As Esquinas do Tempo".

Como letrista, Rosa Lobato Faria assinou centenas de versos para canções de música ligeira e igualou José Carlos Ary dos Santos no número de vitórias conseguidas no Festival RTP da Canção: quatro. Todas na década de 90: "Amor de Água Fresca" (1992); "Chamar a Música" (1994); "Baunilha e Chocolate" (1995); e "Antes do Adeus" (1997).

Destacou-se ainda como actriz. Primeiro na televisão, em programas de humor e telenovelas. Depois no cinema, dirigida por João Botelho ("Tráfico" e "A Mulher que Acreditava Ser Presidente dos Estados Unidos da América"), Monique Rutler ("Jogo de Mão") e Lauro António ("Paisagem sem Barcos" e "O Vestido Cor de Fogo").

 

                                                                                                                               Expresso

 

 

 

Rosa...O meu muito obrigado à mulher excepcional, ao ser humano incrível, e à escritora, grande conhecedora da mente, hábitos e vícios portugueses, sagaz, intuitiva e distinta que me fez, por tantas e tantas páginas da vida, ... sonhar, viajar, conhecer um passado um presente e mesmo um futuro...

                                                                                                               Mileumpecados

 

 

 

música: sete mares - sétima legião
publicado por mileumpecados às 10:57
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Quarta-feira, 7 de Novembro de 2007

ALMA...

 

«Lar é onde se acende o lume e se partilha mesa e

onde se dorme à noite o sono da infância.

 

Lar é onde se encontra a luz acesa quando se chega tarde.

 

Lar é onde os pequenos ruídos nos confortam: um estalar de madeiras,

um rangre dos degraus, um sussurrar de cortinas.

 

Lar é onde não se discute a posição dos quadros, como se eles ali

estivessem desde o princípio dos tempos.

 

Lar é onde a ponta desfiada do tapete, a mancha de humidade do tecto,

o pequeno defeito no caixilho, são imutáveis como uma assinatura

conhecida.

 

Lar é onde os objectos têm vida própria e as paredes nos contam

histórias.

 

Lar é onde cheira a bolos, a canela, a caramelo.

 

Lar é onde nos amam.

 

 

Rosa Lobato de Faria em "O Sétimo Véu"

 

 

 

 

música: "SAUDADES" - Sétima Legião (Mar D'Outubro)
sinto-me: Carpe Diem
publicado por mileumpecados às 18:12
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Terça-feira, 6 de Novembro de 2007

EÇA AGORA...

         Eça Agora - Os Herdeiros dos Maias”

 

“O prazer de escrever a catorze mãos”

 

“Sabem como são os ficcionistas: dá-se-lhes um sopro de pólen e constroem uma árvore. Imaginem sete autores!...”

 

Título: "Eça agora - Os Herdeiros de Os Maias"

Autores:   Alice Vieira, João Aguiar, José Fanha, José Jorge Letria, Luísa Beltrão, Mário Zambujal, Rosa Lobato de faria

Editora: Oficina do Livro

1ª Edição Outubro de 2007

 

Depois de "Os Novos Mistérios de Sintra" e "O Código D'Avintes", somos alegremente surpreendidos por "Eça agora, os herdeiros de Os Maias".

Aos sete escritores um grande bem-haja pela ideia fantástica e hilariante (para mentes pequeninas estapafúrdia) de romancearem a catorze mãos, e, mais importante ainda, não se terem ficado e continuarem com este projecto que muito apraz aos vossos assíduos leitores, nos quais me incluo e assumo, sem modéstia, como sendo uma fã aguerrida, a Number one (se outros o são por ganharem milhões, um anónimo do Zé Povinho também o pode ser por ganhar saber e boa disposição com os vossos livros).

O mais interessante é que os sete acabaram por criar um só com uma escrita muito própria.

Ficamos a aguardar expectantes a vossa próxima aventura!

 

                                        Sinopse do "Eça agora"

 

A reinvenção das personagens de Eça de Queiroz.

Tudo começa no Alegrete, palacete meio arruinado em que vive Afonso da Maia, avô de Carlos da Maia, jovem médico que se apaixona por Maria Hermengarda, fugindo dos ataques sensuais da Condessa de Varinho e deixando de lado a espampanante Lara Marlene, filha do riquíssimo Silvestre do Ó Saraiva, construtor civil que fez a sua larga fortuna através de métodos muito pouco recomendáveis.

 

À volta de Carlos movimentam-se Damásio Malcede, o lisboeta novo-rico, João da Régua, o eterno futuro-ministro, o Palma Cavalito, director da Trombeta do Demónio, e muitas outras personagens herdeiras dos famosos Maias que se movimentam freneticamente numa crónica de costumes ao gosto deste tempo prodigioso do replay e do fast food.

 

No meio deste enredo surge mesmo o espírito de Eça de Queiroz a pôr alguma contenção a personagens e autores.


Num registo entre o queirosiano e a telenovela, quiseram os autores, cada um a seu modo, aplicar-se num enredo paralelo ao de Os Maias, observando a sociedade portuguesa do início do século XXI pelo monóculo risonho e severo do grande Eça. Resumiu um deles: Certamente, o Eça escreveria melhor mas não diria pior.

“O título também deu mil voltas e, um repente de Mário Zambujal, surgiu como uma evidência. Essa agora! Eça agora!...”

 

Foi fácil de encontrar o que criticar: Porque, ao fim destes anos todos, este Portugal a que sempre voltamos continua sem emenda.”

 

 

música: "PASÍON" - Rodrigo Leão e Adriana Calcanhoto
sinto-me: Carpe Diem
publicado por mileumpecados às 10:18
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Quarta-feira, 24 de Outubro de 2007

"A Alma Trocada" - O último livro de Rosa de Lobato Faria

 

 

 

Título:  "A Alma Trocada" 

Autor: Rosa de Lobato Faria 

Editora: Edições ASA

1ª Edição Setembro de 2007

 

É um lugar comum dizer-se que determinada orientação sexual não é uma escolha, porque, se fosse, ninguém escolheria o caminho mais difícil. Foi esse caminho mais difícil que Teófilo teve de percorrer, desde a incompatibilidade com os pais, aos desencontros dentro de si próprio, chegando mesmo a acreditar que alguém lhe tinha trocado a alma...

 

Rosa Lobato de Faria aborda, desta vez, um tema diferente – o tema da homossexualidade masculina –, num romance que, mantendo embora o tom poético que sempre tem caracterizado as criações da autora, se arrisca por caminhos até aqui pouco explorados na ficção portuguesa.

 

Ouvida por Isabel Coutinho para o dossiê sobre ficção gay portuguesa que o Ípsilon publicou a 24 de Agosto, Rosa Lobato de Faria afirmou que "Nunca me passaria pela cabeça escrever um livro para o inserir num género (...) Não há diferença entre este e os outros romances. Gostei daquele homem cheio de fragilidades porque não o deixaram crescer como ele devia ter crescido. É um homem que me é simpático".

 

Breve resumo:

Aos 26 anos decide sair do armário, perante a aparente indiferença da “noiva”, a cumplicidade da avó Jacinta (uma matriarca alentejana), o desespero da mãe e o ódio do pai.

Anos a fio a suportar o peso das normas, a pressão social, os equívocos da “normalidade”, em terreno sempre escorregadio, desde o dia longínquo em que descobriu o «rasgão no peito». Descoberta abrupta, à beira dos 13 anos, quando surpreende o Tinito, cinco anos mais velho, a masturbar-se: «foi quando vi o Tinito, todo nu, entretido com o seu próprio membro [...] a deliciar-se com o seu rapidíssimo jogo de mão.» Segue-se a iniciação às mãos do referido Tinito, cigano bem-parecido criado em casa da avó Jacinta. Nesse dia percebeu.

Mas quem o faz enfrentar a família e a sociedade é outro homem, Hugo, um advogado jovem sem problemas identitários. A acção do romance divide-se entre Lisboa, o Estoril (onde Teófilo e Hugo arranjam casa) e o monte alentejano da avó Jacinta, com rápida digressão parisiense, em ambiente burguês, com apontamentos certeiros sobre tiques, hábitos e costumes das classes médias urbanas. A fluência narrativa não tropeça no sexo: «Cala-te, patrão. Não digas nada se não queres ser violado à bruta. [...] Só sei que lhe gritei uma vez e outra e outra vez, amo-te estúpido, amo-te animal, amo-te cabrão, filho da puta, cigano de merda, meu amor.» Passa-se isto quando, já casado e pai de filhos, Tinito leva Teófilo a trair Hugo, seu companheiro.

 Raquel, a “noiva” rejeitada, está na origem de uma sucessão de crimes: rouba os manuscritos de Teófilo, fazendo-os publicar com outro nome; encomenda o seu atropelamento; e depois o sequestro de uma criança. Acaba presa. Estas e outras peripécias dão colorido à acção.

 

Para mim, Rosa Lobato de Faria continua, e bem, com a sua escrita de “sentidos”, sendo o leitor permanentemente tentado e invadido pelos aromas, sons… «A casa cheirava a carqueja a arder na lareira e o frio seco, cá fora, pedia luvas e carapuços. Os cães vieram saudar-nos…». E fazendo-nos viajar no tempo e espaço até à nossa infância com a descrição do Natal, do arroz doce quente e do leite-creme queimadinho, tão característicos das Avós, entre palavras, lugares, fazeres e dizeres tão portugueses. «Lá dentro havia um conforto especial, um toque de ancestralidade rústica, um calor abençoado, um cheiro a canela.», «E a Maria a pôr a mesa da copa com as torradas de pão de centeio, o café com leite, a compota de abóbora, os biscoitinhos de erva-doce, para a minha fome de lobo, para a minha alegria de homem saciado e a saciar…».

Uma escrita que se lê de um só fôlego.

 

 

sinto-me: Carpe Diem
música: "Sete Mares" - Sétima Legião
publicado por mileumpecados às 13:59
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Quinta-feira, 4 de Outubro de 2007

VOAR COM AS PALAVRAS

“O Prenúncio das Águas” (1999) – Prémio Máxima de Literatura em 2000

Foi com renovado prazer e entusiasmo que li mais um dos inúmeros romances de uma das escritoras Portuguesas de minha eleição.

Os elementos característicos da natureza humana estão, novamente, todos lá, desde o Ciúme à Inveja, a força dos laços familiares e o seu permanente desgaste, do Amor à Loucura.

Romances imbuídos de personagens genuínas que são peças do típico e castiço Portugal Português, chegando mesmo a conseguir que o leitor, para além de visualizar, ouça os sotaques das mesmas.

 

Um mundo visto através dos olhos de …Mãe, Filha, Avó, Tia…

 

Esse lado feminino, intimista, sempre presente na sua escrita, que nos faz mergulhar de espírito e alma nos confins da Nação e da Terra, enredando-nos, durante o processo, nas nossas raízes até ao tutano, é fascinante nos romances de Rosa Lobato de Faria.

 

"O Prenúncio das Águas”

“Tendo como pano de fundo uma aldeia condenada a ficar submersa pelas águas de uma barragem, cinco narradores falam de si, completando, à medida que o fazem, uma história a que só o leitor terá direito...”

 

«Apaixonei-me por esta aldeia da mesma forma que amei as minhas mulheres: por todas as razões e por nenhuma.»(pág.48)

 

A sua descrição faz-nos transportar para a aldeia da Luz, que ficou submersa pela barragem do Alqueva.

Filomena, uma fotógrafa, 2ª geração de emigrantes em França, soube que a aldeia natal dos Pais ia ser submersa palas águas de uma barragem. Convence os chefes da revista onde trabalha a vir a Portugal fazer uma reportagem sobre o acontecimento.

Chega a Rio do Anjo e ocupa a casa que pertenceu aos Avós e começa a dar aulas de Francês a Pedro, um menino de oito anos, inteligente, puro o bastante para ser o único a contactar com o anjo da aldeia, João, o qual ele pensa tratar-se de um extraterrestre.

Pedro é filho de uma das três irmãs, Ausenda, Beatriz e Clara, criaturas frustradas, ressabiadas e detentoras de vários “esqueletos no armário”, (um dos quais é um segredo de família que acabará por adensar o enredo, a trama da história), e de, Zé Nunes, o macho latino, crente que tem uma elevada posição perante as fêmeas submissas.

No café do Tio Adão, Adanito para os mais velhos, Filomena é apresentada ao Doutor Ivo Durães, “glória” da terra, «…professor, menina Filomena, professor de Universidade, veja bem», que retornou à aldeia pelas mesmas razões de Filomena, a qual se torna numa espécie de sua secretária, a organizar a biblioteca do doutor Ivo, e, por quem ele se apaixona.

A Tia Sebastiana, conta com noventa primaveras, é a sibila da terra e é quem profere os prenúncios, a quem há muitos anos atrás, à saída da escola, os miúdos atiravam pedras e chamavam de bruxa.

                                          Lendas, crenças e mitos…

O Fantástico e o Real se entrelaçam com a crença da Mulher “metade cobre, metade gente”!

 

Aproxima-se o momento da mudança para a aldeia nova, a “aldeia do luto”, e as personagens da história têm de tomar decisões, nomeadamente, o que levam consigo e o que vai ter de ficar…

sinto-me: Carpe Diem
música: MATINAL dos Madredeus
publicado por mileumpecados às 14:18
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